Esta noite, estilhacei a minha coragem contra um muro de concreto. Reuni toda ela, insuflei o peito e apostei a chance de ultrapassá-lo. O resultado é uma dor visceral que sinto neste momento. A cabeça parece pesar mais do que consigo suportar e o coração não deve estar maior que uma ameixa-seca.
Fica o embargo na garganta, de quem não conseguiu dizer tudo, nem terá outra ocasião. Ainda permanecerá por muito a difícil tarefa de esconder a cara de derrota para os queridos e as feridas expostas de uma luta comigo mesmo, travada durante meses.
De volta pra casa, a vontade de pouca conversa e a discrição de ir para cama muito antes do comum. E lá, se encolher como um caracol, habitar o interior do meu interior e aceitar o abraço do edredom com um olhar um pouco assustado e certo medo de viver.
Esperar que o sono seja profundo e a noite longa, mas ao amanhecer, que o tempo passe logo, para que eu possa voltar novamente para o mundo dos sonhos, onde estou segura de mim mesmo.
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