31 agosto 2006

Não vou para o paraíso

Dia desses estava chegando em casa, tarde da noite e cansada. A poucos metros da minha ilha (meu lar) e perto de virar a rua entre duas quadras, na minha referência uma esquina, vejo se aproximarem dois rapazes. Para evitar aborrecimentos, afinal já é quase meia-noite e a rua está deserta, adianto os meus passos. Mas foi inevitável. Eles apressaram os passos também. Ao chegarem a uma proximidade suficiente um deles declara de supetão:

- Jesus te ama!!!

Não sei qual a reação de vocês ao ouvirem essa expressão, mas confesso que aquela frase, na já citada circunstância, me causou até um certo alívio. Como de costume respondi:

- A vocês também!!!

Eles continuaram:

- Jesus vai te salvar!!!

Geralmente não me estresso com o comportamento de alguns religiosos. Mas, definitivamente, eles não me pegaram em um bom momento. Me salvar??? Com as sombrancelhas arcadas, perguntei:

- Salvar de quê? Que eu saiba não estou condenada a nada! (De qualquer forma, se estivesse não seriam eles que saberiam).

Mas eles retrucaram:

- Por que ele disse (Jesus) que a salvação virá por suas palavras. Por que no dia em que você ACEITAR JESUS você será SALVA!!!! (Ele já exaltava a voz e erguia os braços como se aquilo fosse me convencer de algo).

Neste momento a minha paciência já havia se esgotado:

- Por acaso você me conhece? Sabe da minha conduta, da minha vida, dos meus atos?

E ele, simplesmente, respondeu:

- Eu não, mas Jesus sabe. Ele te conhece desde CRIANCINHA!!!

A partir desse momento eu desisti. Ele realmente me convenceu. Me convenceu de que a fé cega nos torna ignorantes. E eu não estou aqui para argumentar com uma pessoa adestrada a repetir frases de efeito vazias de razão. Mas o fato serviu para demonstrar o quanto alguns de nós são extremamente intolerantes e arrogantes.
Chega a ser um desaforo, imagine que aquele cidadão se portou o tempo inteiro como se fosse melhor que eu em alguma coisa. Ignorou que eu pudesse pertencer a uma outra religião e que ele poderia me ofender. Se coloca como o já arrebatado (expressão que algumas religiões usam para se julgarem donos de um verdadeiro latifúndio no paraíso). Supõem-se os eleitos, os escolhidos e pronto, como no judaísmo. Consideram que o resto do mundo precisa de salvação, mas eles não.
Nem sei qual era a doutrina deles, mas eles acreditam que a fé verdadeira irá poupá-los ou livrá-los de um julgamento prometido e da fúria de Deus. Eles irão ser conduzidos para o paraíso antes, durante ou após o fim do mundo.

Lembrei-me da minha infância, quando pedia a benção aos meus pais, tios e avós. Ainda peço a alguns, quando os vejo de ano em ano. Dizia:

- Sua benção, minha Vó!

E ela respondia:

- Deus te abençõe!

Uma tia me dizia:

- Jesus te faça feliz!

E uma outra, essa tia-avó, resmungava:

- Deus te dê vergonha na cara!!!

Essa última sempre me arrancava gargalhadas. De qualquer forma me serviu a lição .

Quando me dei conta os "religiosos" já estavam pregando sozinhos, meus ouvidos já não escutavam. Foi quando já estava em frente a minha casa e desejei "boa noite". Eles responderam:

- Jesus te abençoe!

Confesso que quase respondi:

- Deus te dê vergonha na cara!!!

27 agosto 2006

Eu quero é que se exploda a periferia toda

Parei para pensar a condição da classe média brasileira depois que me lembrei de uma música, nada comercial, do artista Max Gonzaga. Havia assistido ao vídeo da música intitulada "Classe Média" há algum tempo, e pensei que seria válido dar a dica aqui no Blog. Aprendi esta semana que alguns dizem ser, na verdade, "Classe Merdia".
Pra quem não conhece, vale a dica. Clique na foto e confira o vídeo.







Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal

Sou classe média,
compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
e vou de carro que comprei a prestação

Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual

Mais eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda

Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol

Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal

Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda

Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida

A denominação "classe média" deixou de representar há muito tempo só uma classe econômica (se é que algum dia representou). Ser denominado como classe média expressa, além do econômico, um nível baixo - ou mal aproveitado - de intelecto e cultura.

Esta classe sócio-econômica, intelecto e cultural é alvo fácil para todas as críticas vindas de todas as outras classes sócios-econômicas, intelectos e culturais da sociedade. Encontrei uma definição que reflete bem a forma como a "classe média" é vista:

"...No Brasil ninguém defende a classe média, muito menos seus valores e sua
postura política. Os ricos são naturalmente de direita, são conservadores, querem manter o status quo. A classe média não é de direita nem de esquerda. É de centro e liberal. São os profissionais liberais por excelência, que acreditam na autonomia, na responsabilidade pessoal e social, na poupança para a velhice, nos valores familiares, no imposto sobre herança. Mas o liberalismo é a ideologia mais atacada no Brasil, pela direita e pela esquerda. A direita vê na classe média uma ameaça, a esquerda vê nela a burguesia a ser destruída..."

Professor Stephen Kanitz

Não sei se é absurdo dizer isto, mas acho que ser pobre hoje é o que há. Ser pobre é assumir que não liga para estereótipos e aproveitar o ensejo político social da atualidade e ascender socialmente. Eis um bom momento para os pobres. A classe média, muito pelo contrário. É mais fácil um pobre ascender até a classe média a um "classe mediano" ascender à alta burguesia. Mas isso se deve, sobretudo, aos preconceitos e valores que a classe média ainda carrega. Chega a ser uma ignorância por parte das pessoas, não conseguem enxergar que os símbolos que representavam um status garantido da classe média já deixaram de existir há algum tempo. Poupança já não faz diferença, faculdade já não garante um bom emprego, a sociedade já não se importa com o nome da sua família (um Silva é a autoridade máxima do nosso país), ser médico ou advogado não quer dizer ganhar mais ou estar menos no vermelho que um caminhoneiro. O cara que vende churrasquinho na porta da minha faculdade bancou o curso superior dos dois filhos. Faculdade esta que é uma das mais caras de Brasília (a particular mais importante), estudo eu que sou filha de um militar, com salário defasado; o filho de um ministro de Estado; a filha do engenheiro e também os filhos do cara que vende churrasquinho no estacionamento. O pobre sabe que pra quem já veio da exclusão tudo é lucro. Dar um passo para trás para depois dar dois adiante pode ser uma estratégia. Mas a classe média não larga o osso e vai sendo absorvida pelas novas formas de organização social.

A inclusão digital está quebrando muitas barreiras e contruindo muitas pontes. Li esta semana no Estadão uma entrevista com o cineasta Cacá Diegues e eis que ele declarava, depois de uma longa entrevista sobre os artistas não intelectuais do nosso país, que deixou de acreditar na política, mas ainda acreditava no social:

"...A tecnologia digital democratizou a produção cinematográfica, e esses meninos (das favelas) todos estão filmando. Seus curtas-metragens são originalíssimos, porque são testemunhos de própria voz. Eles são os porta-vozes de si mesmo, e isso faz muita diferença. Um desses curtas, de um cara chamado Luciano Vidigal, lá do Morro do Vidigal, ganhou o prêmio de melhor curta no Festival de Marseille este ano. Está acontecendo uma espécie de alfabetização audiovisual, assim como a Europa se alfabetizou, na aurora do Renascimento, graças à invenção da imprensa. A tecnologia digital corresponde, hoje, à invenção daquela imprensa..."

Esses meninos que vieram da exclusão social fazem desse fato uma bandeira e virarão o jogo. Eles fazem da arte, além de entretenimento, um objeto de reflexão. A tecnologia está abrindo muito espaco para isso...Será que o Brasil vai dar certo somente através dos pobres? Será que teremos uma grande revolução vinda das favelas? Será que a tecnologia vai favorecer todo este processo?

Bem, não me peçam conclusões!!! Ficam aqui as perguntas para quem se habilitar a responder.

24 agosto 2006

Erótico e Pornográfico

Ontem na sala de aula esse tema caiu na pauta. Apesar de já ter discutido muito sobre esse assunto, nunca cheguei a uma definição para essas duas palavras. Abre parênteses – esta questão da utilização das palavras, inclusive, é um bom assunto para outro post, mas o que tenho a dizer neste momento é que um dia aprendemos que as palavras nos traem – fecha parênteses. Fui uma adolescente, acredito eu, normal. Na verdade, acho até que um pouco fora do comum, pois sempre fui compreensiva demais, mal de filha do meio. Morei em Salvador até os 17 anos. Aprendi desde cedo que a maldade está na cabeça dos outros.

As minhas roupas sempre foram as mais curtas possíveis - shortinhos, mini-blusas e por aí vai. Eu não tinha a mínima intenção de provocar, achava era bonito ver o corpo com as suas formas naturais exposto, além do clima quente favorecer o uso dessas roupas. Na minha percepção as roupas eram no máximo sensuais.


Na iminência de completar 18 anos me mudei para o Rio. Uma cidade, que apesar da semelhança climática e geográfica, é muito diferente de Salvador. Tem outro ritmo, uma outra forma de percepção, o time é definitivamente outro. Não renovei o meu guarda-roupa ao chegar no Rio, mas com o passar dos dias verifiquei que os meus trajes não eram muito adequados. Era estranho, em Salvador as roupas curtas eram mais do que aceitáveis. No Rio, das poucas vezes que tentei sair à rua com um short curto, me senti uma transgressora das regras em uma sociedade civilizada. No primeiro retorno à Salvador doei grande parte das minhas roupas às minhas primas, justifiquei que essas não mais faziam parte da minha realidade, não mais se adequavam ao meu novo contexto de vida...(rs, elas acharam ótimo). Só viria a discutir esse assunto quando entrasse na faculdade, onde aprendi, teoricamente, que o “Meio é a Mensagem”- na prática eu já havia atentado para essa questão.

Nas discussões sobre a estética de Salvador sempre vinham aquelas declarações, no mínimo, preconceituosas. Sobre as danças, as formas de se vestir e principalmente as letras das músicas. Defendia: - As pessoas no Nordeste são desprendidas de censura. A sensualidade é uma questão tão inerente quanto a musicalidade para àquele povo. E, no mais, qualquer lixo de música que a Bahia produza não chega a ser pior que os funks cariocas. Essa questão me lembra aquele quadro do programa Fantástico, Central da Periferia, apresentado, com muita competência, por Regina Casé. Ela mostra uma realidade tão feliz e livre de preconceitos na periferia que deve deixar os ricos morrendo de inveja dos pobres.

Depois que me distancie de Salvador nunca mais consegui olhar a minha cidade com os mesmos olhos. Há um ar nostálgico, pois sei que nunca mais vou vivenciar a minha terra como na época de infância, sei que “um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio”, porque o homem e nem o rio serão os mesmos (Frase do pensador Heráclito da Grécia Antiga. Para ele, os seres não têm estabilidade nenhuma, estão em constante movimento, modificando-se. Concordo plenamente).

Hoje vejo algumas danças no verão de Salvador como pornográficas, a sensualidade é exacerbada demais. Então conclui, ontem na aula do Professor Provocador, que a pornografia só se sustenta pela repressão, pela censura. O que, na maioria das vezes, é comercial. Não consideramos um quadro que contenha um nú artístico como pornográfico, aquilo é erótico. O nú artístico não é comercializado, é doado. No entanto, no cinema e nas revistas é pornográfico, tudo é vendido, é a exposição, na maioria das vezes encenação.

Pergunte para àquelas meninas de beira de praia - que andam com suas micro roupas, suas marcas de biquíni a mostra – se elas se acham vulgar? Se elas consideram que algo tão natural, dentro da realidade delas, pode ser pornográfico?
Alguns costumam dizer que a graça do erótico ou do sensual está no mostra não mostra, no jogo de esconde, mas eu não concordo com essa tese. A sensualidade é algo que vem de dentro. A sensualidade não é uma exposição, ela é, assim como o erotismo, natural.

18 agosto 2006

Os meus famigerados centavos

Acompanhei na semana passada uma discussão sobre os nossos centavos de troco. "Como é praxe no mercado, quase todos os itens terminam com 99 centavos (o famoso 'right-most digit' tão estudado em marketing) para dar aquela falsa impressão que estamos pagando menos", escreveu um internauta. O problema é que ultimamente, na maior cara de pau, eles nem pedem para ficar devendo. Como era comum, há algum tempo - "Posso ficar te devendo R$ 0,01?", perguntavam com simpatia. Mas isso mudou, agora 99% deles não fazem mais a pergunta.
Ora, se o comportamento deles mudou, deveriam também parar de cobrar os preços quebrados e de nos enganar duplamente. Às vezes o que parece é que somos pão duro (pelo menos eu, pois sempre cobro o meu troco correto), e passamos pelo constrangimento de sermos olhados com olhos de quem diz: - Nossa, o que é R$ 0,01, ou 0,02, ou 0,03?
Numa outra reclamação foi citado o Mc Donald's. Não sei se vocês já repararam, mas existia ao lado dos caixas um porta moedas para que pudéssemos doar nosso troco para ONG's. O problema é que agora, como relatou uma leitora, na Av. Paulista, os atendentes perguntam em voz alta: - "O Sr. quer doar o seu troco?". E, se a resposta for negativa, você é olhado com reprovação pela atitude. Por acaso temos alguma obrigação de doar os nossos trocos?
Isto não acontece só nas grandes redes de compras. Outro dia fui almoçar com a minha mãe e ao final do almoço calculei o valor das comandas, fiz as contas de cabeça mesmo, só para ter noção do valor. Quando cheguei ao caixa o atendente fez a conta numa calculadora de tal forma que eu não conseguia visualizar o valor do total. Logo após disse: - R$ 21,00. Retruquei: R$ 20,85!!! O atendente me olhou e cheio de arrogância pôs a máquina de uma forma que eu pudesse visualizar o valor e refez a conta. E, lá estava: R$ 20,85!!! Como reparação ele me cobrou só R$ 20,00. Imagino que está seja uma prática muito comum.
Eu não me importo com os famigerados centavos, mas já pagamos o preço justo pelos produtos e serviços. Além de impostos, corrupção, roubos... vamos perder também o nosso troco? Para finalizar a discussão, alguém sugeriu: - "Experimente pagar com alguns centavos a menos!". E, um outro, que criássemos o movimento "Troco, Brasil!" e saíssemos pelas ruas com camisetas escritas: "Eu quero meu centavo!"
Bem dizia a minha Vó: - O mal de todo esperto é achar que todo mundo é otário!!!

16 agosto 2006

Topo do mundo
...


Tem dias que temos a certeza de que conquistamos o topo do mundo. Uma felicidade plena toma posse da nossa alma, é como se estivessemos em êxtase, sorrimos para dentro. Ninguém percebe, não queremos que as pessoas saibam o quanto estamos felizes. A noite chega e dormimos o sono dos justos. Mas no dia seguinte, passada a euforia inicial, deixamos finalmente de olhar só para trás, para o caminho percorrido, e nos deparamos com uma longa estrada pela frente. É a vida que segue seu rumo...

Como nunca antes...


Queria que o céu desabasse na minha cabeça;
Queria que o chão se abrisse sob os meus pés;
Queria que o criador, num ato de fúria,
simplesmente soprasse e em segundos desfizesse a minha alma...


Escrito na madrugada do dia 15 de agosto.
Sob a luz da lanterna do celular, sobre o edredom.

11 agosto 2006


Santo You Tube...


Onde queres revólver sou coqueiro,
onde queres dinheiro sou paixão;
Onde queres descanso sou desejo,
e onde sou só desejo queres não;
E onde não queres nada, nada falta,
e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas no chão minha alma salta,
e ganha liberdade na amplidão...

Totalmente zen...

Geraldo Alckmin acertou ao se definir como um candidato “absolutamente zen”.
Zen voto;
Zen idéias;
Zen grana;
Zen apoio e
zen chance.

Hoje no No Mínimo

04 agosto 2006

Conclusão do dia...



02 agosto 2006

Num tempo de incertezas encontro um provocador...

Tudo que eu não queria este semestre era encontrar pela frente um provocador. Tenho andado tão cheia de dúvidas e incertezas que tento não aumentá-las ainda mais. Porém, acho que não dei sorte, pelo menos é o que parece neste primeiro momento.

Ontem foi o meu primeiro dia de aula com o professor Sérgio Euclides, ele ministra a matéria de Crítica à Mídia. E, arranjei foi um bom provocador pra incendiar ainda mais as minhas idéias. Ele jogou lenha na minha fogueira de muitas dúvidas e questionamentos. Espero que vocês não tenham me achado fútil pelos meus textos anteriores, mas é que eu tenho tentado fugir de pensamentos complexos. São tantos problemas: socias, econômicos, ambientais, profissionais, políticos, que a minha cabeça parece que não consegue descansar. Em verdade, as minhas dúvidas são tantas, ultimamente, que ontem no caminho da faculdade para casa, depois da aula do professor provocador, me senti um tanto quanto febril. Nas últimas noites tenho acordado com a mente em ebulição.

Quando ele começou a ministrar a aula me senti numa igreja, onde o pastor lista inúmeros problemas de forma que parece estar se dirigindo unicamente a você. É o que chamamos de persuasão. Mas ele não falou de problemas financeiros, amorosos, familiares, como os pastores falam para pegar no pé da maioria das pessoas. Ele falou de sociedade da informação, falou da falta de visões sobre um futuro próximo, que é o nosso de comunicólogos. O surgimento de novas tecnologias, as novas formas de percepção das pessoas, as novas formas de informar, de se informar, o que nos torna reféns dos acontecimentos. Me sinto no dever de experimentar, de fazer experiências e trabalhar no "olho de um furacão". A diferença do meu professor provocador para um pastor é que o pastor tem respostas, ou pelo menos diz que tem, o professor não. E ele não está fazendo "tipo" ao afirmar isso, talvez ele estivesse para nos levar à reflexão, mas não está. Foi como o exemplo que ele mesmo deu sobre a curta trajetória em que Bill Gates construiu a sua fortuna, em um pequeno espaço de tempo, apenas 15 anos. O segredo do sucesso foi a aposta - ele apostou em software enquanto todos achavam que o mais importante era hardware.

A comunicação agora passa pelo mesmo momento que o desenvolvimento de programas de software passava há 15 anos atrás. Eu me cobro, não no sentido de pensar à frente e construir uma carreira como a do homem mais rico do mundo, e sim no sentido de não perder o bonde andando. Me sinto na obrigação de não chegar ao mercado com idéias ultrapassadas. O pouco do que sei de Jornalismo hoje é o que a maioria dos jornalistas que atuam no mercado sabe. Aprendemos a reproduzir técnicas e quero fugir justamente disso. Vivemos perguntando qual será o futuro dos maiores jornais do país. Eles serão extintos? Afinal, temos o fenômeno mundial de jornais impressos perdendo cada dia mais leitores. As pessoas agora lêem notícias pelo celular, palmtop, internet, ipods e blogs. A busca de notícias na internet cresceu rapidamente de 90 a 2000 e incrivelmente na universidade ainda temos como principal disciplina o jornal impresso. Conforme deu no Blue Bus ontem, a mais nova edição da pesquisa do Pew Research Center sobre o consumo de noticias nos EUA indica que 1 de cada 3 americanos usa a internet regularmente para ler notícias. Há 10 anos, era apenas 1 em cada 50 americanos.

Acho que a matéria Crítica à Mídia vai me trazer ainda mais reflexões, mas tenho certeza que estas serão reflexões muito positivas. Neste momento de dúvidas e incertezas é fácil notar um manancial de pessoas correrem para a estabilidade do serviço público. Isso demonstra a clara incerteza das pessoas quanto ao futuro que ainda não está delineado claramente. Eu prefiro arriscar, mesmo com receio. Como diria o poeta Raul, "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante".

Das poucas certezas que tenho, acredito, desde já, que chegarei ao final deste curso sem muitas respostas, o que no fundo acho bom. Pois, como sou neste momento uma peça neste imenso jogo de xadrez que está se movimentando, também serei eu a resposta para muitas das minhas dúvidas daqui a alguns anos. Só temos respostas daquilo que perguntamos.

01 agosto 2006

Deixa eu ser fútil, só um pouquinho?!?!


Ontem ouvi a seguinte frase de um amigo: - Poh Lê, sai dessa, ninguém aguenta ficar do lado de uma pessoa cult por muito tempo! Enche o saco! é bom demais se render ao consumismo, gastar em um shopping, tomar milkshake do BOBS, comprar uma calça na M.Officer!
Ok, vou confessar: Ahhhh, eu A-DO-RO LUXO!!!
Obviamente, acho o luxo uma futilidade, mas não deixo de amá-lo. Digo que o luxo é fútil porque não o considero necessário para a nossa existência. Sei que existem milhões de opiniões contrárias as minhas, mas enfim, quem quiser que se manifeste.
Agora vou definir luxo, no meu ponto de vista, é claro, para vocês:


  • Conforto;
  • Segurança;
  • Raridade;
  • Lugares únicos e
  • Pessoas únicas.

Conforto: Existe algo melhor que uma banheira de água quente nos dias frios de inverno, depois de um dia cansativo, então... é simplesmente magnífico. Mas conseguimos viver sem ela, então, por favor... isso é uma futilidade.

Segurança: Este é um dos poucos pontos que eu não considero como fútil, afinal, quem consegue viver num lugar onde não esteja seguro. E, por favor, não ache que segurança é viver trancado em uma casa toda cercada de grade, sistema interno e externo de tv, nove seguranças bem treinados monitorando tudo e carro blindado para passear e trabalhar. Isto deve ser simplemente insuportável. Segurança é poder ir e vir sem medo, andar com tranquilidade e não se furtar o direito de fazer o que quiser e na hora que quiser. Logo, não ache que é legal andar com guarda costas.

Raridade: Este pra mim é o princípio básico do luxo. É o desfrute do que poucas pessoas podem desfrutar. Já pensou ter uma ilha só pra você, e definitivamente, mesmo que muitas pessoas tivessem dinheiro o suficiente para comprar uma ilha, não haveria o suficiente para todos que quisessem ter uma, logo, ter uma ilha é um luxo. Assim como uma jóia rara, um carro com poucas edições, a roupa de um grande estilista feita sob encomenda. Não me digam que comprar na M.Officer é luxo, pois eles produzem em série, vai ser comum você encontrar na boate uma calça idêntica a sua. Então, no máximo o que você faz quando compra uma roupa lá é saciar o seu consumismo. Olhando por este ponto de vista comprar na M.Officer é fútil, e o pior, muitos o fazem para se sentirem inseridos em um determinado grupo.

Lugares únicos: Esse lugar único varia muito de pessoa pra pessoa, para muitos este lugar pode ser Paris, pra mim é uma Ilha particular que fui quando tinha uns quatorze anos, nem sei quem é o dono, até hoje não esqueci. A ilha era tão pequena que quando a maré tava cheia só cabia a mansão de 34 quartos, a piscina e uns três pés de coqueiro. Desfrutar a tarde naquele lugar para mim demonstrava a imensidão do nosso planeta. Eu só via água em pleno mar aberto e um pequeno pedaço de chão.

Pessoas únicas: Este é fácil, compartilhar de momentos bons do lados de pessoas agradáveis é um luxo. Esses momentos também são raros, na correria em que vivemos acabamos nos relacionando mais por internet do que pessoalmente.

Na minha lista de desejos fúteis este carro é o 1°.

Não basta ser um carro, que é uma necessidade, tem que ser um Suzuki Vitara. Fala sério, tem carro mais a minha cara?!

Eu vi o meu desejo ficar mais distante quando numa das minhas viagens passei pelo Espírito Santo e vi uma faixa na frente da fábrica da Suzuki avisando do fechamento. Sem ser produzido no Brasil fica ainda mais caro... :(

Este está em 2° lugar.
Um apartamento na Vieira Souto. Obviamente, só valeria a pena por eu ter muitos amigos para desfrutar dele comigo...

Verão, Rio de Janeiro, pessoas alegres e amigas, de frente pro mar...
Sem comentários!!!





E para finalizar, por favor, vestidos do André Lima...

Por que Falcões namoram Déboras?


Ontem ao folhear uma dessas revistas semanais me deparei com a seguinte frase da cantora Maria Rita: - Não sou sem vergonha!!! A declaração foi resposta à namorada do cantor Falcão que teria insinuado que a cantora estaria paquerando o seu namorado.
Fiquei a pensar, esse é um caso exemplar. Por que homens como o Falcão, inteligentes; contestadores; ativos e engajados em causas socias namoram com mulheres como a Débora?
O Falcão é, de todo, um exemplo para milhares de jovens. Por todas as suas vozes sociais... a dos marginalizados, pobres, excluídos, negros e de pessoas que não se encaixam em nenhum desses ítens, mas, mesmo assim se sentem incomodados com a hipocrisia, a desigualdade e a miséria da nossa sociedade.

E, o que a Débora tem haver com isso? A menina rica e famosa que vive da sua imagem, aliás, que ela vende muito bem, dentro dos atuais padrões de beleza que milhares de meninas tentam alcançar, ignorando a sua personalidade e estrutura corporal, representa justamente o oposto dessa postura social. Nunca vi a moça fazer uma campanha social, seu nome vive atrelado a inúmeros namorados, até aí nada contra; a seu novo silicone; ao seu novo cabelo; aos seus dez quilos a menos. Ah, por favor, que pessoa mais chata. Será que por trás de todo esse glamour existe algo interior?

Este é só um exemplo, mas pessoas perto de mim se comportam da mesma forma. Sei que paixão não se explica, mas sinceramente, eu tenho dificuldade de entender certas atitudes.
E respondo a pergunta acima desejando que sim. Que exista algo de bom por trás das Déboras. Caso contrário o Falcão tem um péssimo gosto. Se for só beleza fico decepcionada, com tanta mulher linda neste Brasilzão.
Ah, alguém sabe se o MV Bill tem namorada?
1º Curto-Circuito Poético de Brasília


Atenção amigos da Poesia


No próximo dia 12 de agosto, sábado, a partir das 10 horas da manhã, no QUIOSQUE CULTURAL – Sebo do Ivan Presença -, poetas e cantores de Brasília estarão reunidos para celebrar a PAZ NO MUNDO e a convivência pacífica entre os povos.

Será o 1º Curto-Circuito Poético, com entrada franca, participação democrática e um pulsante recital de poesia que pretende reunir até o final do ano, sempre aos sábados e uma vez por mês até o fim de 2006, poetas, cantores e seresteiros do luar e do hip-hop urbano.

Estão convidados os poetas: Adeilton Lima, Alexandre Pilati, André Luís Oliveira, Angélica Torres Lima, Amneres, Bic Prado, Clóvis Sena, Cristina Roberto, Cristiane Sobral, Denise Cruz, Dina, Fred Maia, José Edson, Leonardo Almeida, Lília Diniz, Luis Turiba, Marcos Freitas, Máximo Mansur, Menezes y Morais, Nicolas Behr, Paco Cac, o grupo RADICAIS LIVRES S.A., Renato Matos, SÓTER, Zé Vieira,



TODOS ESTÃO CONVIDADOS