10 junho 2007

Como quem procura...

Hoje acordei com saudades! Algo indefinido veio aos pouco como um aperto no coração. Fazia frio. O vento de inverno cantava na janela, os olhos se negavam a abrir e o corpo se encolhia embaixo das cobertas. Pensei rapidamente nos afazeres que necessitava concluir, ainda naquele domingo, e levantei-me rapidamente. Não dei bola para o sentimento. Direto ao banheiro, acendi as duas luzes: a branca e a amarela (dizem que esta união é o mais próximo que podemos chegar da luz natural). Olhei no espelho e entendi: Durante muito tempo, conquistar era tudo que fazia, era tudo que eu queria. E a menina encantada com descobertas, esquecia de olhar para dentro.

Com a conclusão, o meu coração apertou ainda mais. É saudade de algo perdido ao longo do tempo. Não há um local definido, nem uma data. E se demorou tanto tempo para que eu percebesse - que pedaços de mim ficaram pelo caminho -, como posso fazer para recuperá-los?! De certo eles não estão mais lá. Outros que por ali passaram recolheram para si o que eu havia deixado. O que não foi aproveitado, o tempo deteriorou.

Penso que por vezes eu não tinha a intenção de abandonar nada para sempre, mas sim por um curto período. O suficiente para adquirir novas coisas e não carregar nada em demasia. Penso também que coisas outras foram deixadas por não se adequarem a um novo contexto de vida. E por fim, imagino que outras tantas eu abandonei por pura soberba: - Não preciso mais disso! Meras desculpas!


Nessa lista de baixas posso enumerar amigos, hábitos, estudos, disciplinas, simplicidade, amores, raízes, valores, desejos e aspirações. A falta de todos esses elementos somados, como numa equação matemática, talvez desse o seguinte resultado: menos alegria!

2 comentários:

Anônimo disse...

Letícia, querida,

Sou eu, a Ju. Talvez nem se lembre mais de mim. Vou perdoá-la se esqueceu porque, além do longo tempo sem nos falarmos, vejo que você anda deixando para trás muitas coisas na sua vida, como mostrou o seu belo texto.

Fico triste por saber que anda perdendo sentimentos talvez irrecuperáveis. Mas tenho que confessar que estou um pouco feliz por saber que não estou só nessa loucura de deixar a vida escapar por entre dedos.

Não deixe de escrever assim como eu fiz...

Com saudades e muito carinho,

Ju

Anônimo disse...

Amiga, não me sinto na lista de 'abandonados', apesar da distância. Não se sinta tb abandonada por mim, viu...rs... Muita muita saudade. Super beijo, Carol.