03 outubro 2006

"Porque são pobres, nordestinos e negros"

O artigo de Maria Inês Nassif, foi dado como o 'mais lido' da 6ª feira no site do Valor Econômico. Trecho: "Talvez por embutir um corte social no eleitorado inédito, este processo eleitoral transborda preconceitos. Primeiro, a análise do fenômeno sociológico do voto do pobre, descolado de formadores de opinião, derivou para o preconceito do "voto vendido" por um prato de comida, simbolizado pelo Bolsa Família. Depois, o voto nordestino foi colocado no mesmo saco do coronelismo, como se tivesse ocorrido uma negociação individual desse eleitor com o candidato a presidente. Agora, entrou em cena o voto dos negros (que, nas pesquisas, são a soma dos pretos e pardos). A última conclusão, derivada da pesquisa do Ibope da semana passada, é que os negros dão menos importância à ética que os brancos - e por isso tenderiam a eleger, em sua maioria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva."
No decorrer do texto a jornalista cita uma avalanche de estatísticas do IBGE, pesquisas eleitorais e de ONG's. Mas a pergunta que não quer calar é: De onde ela tirou essa pesquisa Ibope que conclui que o negro é menos tolerante a corrupção que o branco?! A descoberta foi de uma pesquisa feita sob encomenda pelo jornal O Estado de S. Paulo, publicada na 2ª feira, dia 25 de setembro, intitulada "Rigor com a corrupção na política varia com região e condição social", e subtítulo "Eleitor do Nordeste expressa maior tolerância com desvios do que os do Sudeste, segundo pesquisa 'Estado/Ibope'. Afirma-se na pesquisa que "os que se auto declararam brancos são mais implacáveis com a ética: 88% não votariam num corrupto; os que se autodeclararam pardos cobram menos e 85% não votariam em indiciados por corrupção; mas os que se autodeclararam pretos são os menos rígidos com a ética: só 82% negam o voto a corruptos."
Franklin Martins dispara em seu Blog: "É séria candidata (a matéria) ao primeiro lugar da campanha 'Vamos envenenar este país' em curso em muitos jornalões brasileiros'. E finaliza, "mais um pouco e descobriremos que os pobres, os nordestinos e os negros são os responsáveis pela corrupção no país, que os ricos não têm nada a ver com isso, que em São Paulo nunca se pagou nem se recebeu propina e que os brancos sempre repeliram com veemência a idéia de pagar ou de levar um 'por fora'. " Piada, não?!

Um comentário:

Anônimo disse...

A própria denominação do cargo de Maria Inês Nassif, define o seu artigo: editora de Opinião! Ter opinião é pra qualquer um, fundamentar é para poucos. Primeiro me desagrada a forma como Inês se refere aos negros, pois preto para mim é ofensivo, mas não é o caso em questão. Nossas pesquisas têm por base o estilo americano, o que é erroneo pois não podemos simplesmente adaptar tudo que recebemos, pois somos um país completamente diferente, tanto que é ignorãncia tratar o norte do país com o sul, são regiões completamente diferentes e merecem tratamentos diferentes, o que inclui pesquisas diferenciadas!
O fato em suma é que não existe forma de medir o "nível de corruptabilidade" de uma pessoa só por sua cor, simplesmente porque isso não se mede! Integridade e virtudes são características que se aprendem não vêm de brinde no nascimento.
Ainda bem que as opiniões de alguns como da Letícia, fazem juz à palavra Honestidade.